quarta-feira, julho 27, 2005

Uma semana passou e mesmo assim eu ainda não me consigo acreditar naquilo que aconteceu. Tudo parece irreal ainda. Um sonho. Um sonho do qual eu não quero acordar. Estou tão feliz com tudo. Mais feliz do que alguma vez pensei estar.
Olho para trás, para a semana que passamos juntos e tudo me parece exactamente como nos meus sonhos. Tudo tem sido tão bom, tão perfeito que nem dá para acreditar. Só quero agradecer por tudo o que me tem acontecido de bom. Tudo o que eu julguei não ser mais possível.
Porque tudo o que eu estou a viver é demasiado bom para ser descrito não o consigo descrever. Só consigo agradecer. E mal.

quinta-feira, julho 21, 2005

Era o sol mais quente do ano. Alto, bem alto, ele fazia o meu pobre corpo escorrer água da cabeça aos pés. A areia queimava quem se atrevesse a poisar um cabelo que fosse no seu território. Só o meu mar, o nosso mar, nos dava aquilo que tanto procurávamos para abafar o calor. E não só.
O reencontro dos nossos corpos no calor do oceano frio de poluição foi o tónico que faltava à tarde até então mais quente do ano.
E o meu coração batia mais e mais forte cada vez que se aproximava do teu. O meu corpo latejava de ansiedade cada vez que sentia a tua pele. A respiração acalmava com o aproximar da tua, os olhos fechavam-se na certeza da união, dois corações fundiam-se num só. Um corpo continuava no outro. A respiração era a mesma. Tudo estava consumado.
E depois, naquele pôr-do-sol autêntico de fim de tarde, a certeza de que desta vez tudo iria correr bem. As mãos dadas sob aquela lua laranja, o som das ondas nas rochas, a noite quente, tudo perfeito. Dia perfeito. Como tu.
Toda a Natureza se unia para abençoar algo. Nós.

quarta-feira, julho 20, 2005

E aconteceu. E eu estou mais feliz que nunca. E obrigado por tudo e todos. E obrigado a ti.

sábado, julho 16, 2005

Podemos nos beijar enquanto estamos sozinhos. Mas não o fazemos. Pelo menos não agora. Porque há alguma coisa que nos impede. Alguma coisa que me impede e alguma coisa que te prende. O meu medo de te perder e de passar por tudo o que já passei outra vez não me deixa eliminar os dois centímetros que separam a minha boca da tua. A tua falta de confiança de que o passado é passado e nada mais, não te deixa unir os nossos lábios. E assim nos encontramos: tão perto e tão longe. A alguns centímetros e ao mesmo tempo a quilómetros de distância. Consigo sentir o teu cheiro de tão perto que estás mas não te consigo tocar porque ainda estás demasiado longe. O macio do teu cabelo já roça nos meus ombros mas eu não o posso acariciar porque não lhe consigo chegar. Sinto-te aqui ao meu lado e ao mesmo tempo tão longe de mim. Redescobri, contigo, o prazer de me apaixonar de novo. Mas ao mesmo tempo relembrei a dor e a ânsia que isso acarrecta. Sinto a tua presença mas não te vejo. E ninguém nos está a ver. E podiamo-nos beijar agora.
Mas não o fazemos.

quarta-feira, julho 13, 2005

Esta amálgama de sentimentos não me é estranha. Já passei por cá. Várias vezes até. Uma mistura de emoções que eu nem sei bem o que é que são nem de onde vieram. Simplesmente são. E eu tenho medo de rebuscar isto. Se o fizer corro o risco de sair magoado. Corro risco de perder aquilo que tenho e não quero perder nem por nada. Mas não consigo simplesmente ignorar isto que nasceu de novo agora. E eu não sei se devo ignorar. Mas estou confuso. Não quero perder. Não quero arriscar. Mas sinto isto a crescer e não o consigo evitar. E não posso pedir ajuda porque do outro lado suspeito que se passe o mesmo. E eu gostava que se passasse o mesmo. Mas não posso perguntar. Não posso. Porque não quero perder aquilo que já tenho. Só gostava de fazer um upgrade.

segunda-feira, julho 11, 2005

Porque nem tudo são coincidêcias, às vezes prefiro acreditar no destino. No meu destino, não naquele que me estava destinado mas naquele que eu construo. Sim, eu sei. Isto soa aquelas foleiras frases feitas mas é nisto que eu acredito. E é isto que me dá força para continuar a lutar por aquilo que eu acredito, por aquilo que eu quero, por mim.
E eu só quero ser feliz. E se para isso tenho que lutar, pois que seja. E se para isso tenho que sofrer, pois que seja. Estou pronto para isso. Estou pronto para lutar e para sofrer se a minha felicidade depender disso. E eu sei que isto soa novamente a um cliché.
Mas a vida é um cliché. Um lugar-comum. Um acontecimento acontecido mil vezes. Mais vale aproveitar bem a única repetição que temos.

sexta-feira, julho 08, 2005

O mundo cai. Terror, pânico e medo substituiram o nosso calmo dia-a-dia. Explosões, derrocadas, fogo e vermelho por todo o lado. Gritos de dor, não de prazer, ensurdecem os mudos. E depois o silêncio do medo. É querer gritar e não poder. É estar emudecido pelo terror de morrer. Mais explosões. Mais gritos. Mais dor. O calor anormal do pânico cobre tudo e todos. O sangue cobre tudo e todos. Mas não é o nosso sangue: é o sangue de quem está à nossa volta. O nosso há-de estar algures, espalhado talvez num vidro, talvez noutra pessoa qualquer. E não conseguimos sentir as nossas feridas mas mesmo assim gritamos de dor porque sabemos que a morte está próxima. E não nos ouvimos gritar porque estamos asfixiados por um corpo já morto. E mal conseguimos respirar porque já não temos forças. E gritos e mais gritos de morte que não conseguimos ouvir porque já só nos apetece fechar os olhos e descansar. E vemos alguém aproximar-se, voluntário, mas já não ouvimos o que disse porque fechamos os olhos para descansar. Porque estávamos já cansados de tudo aquilo. E já não havia forças. E sentiamos a vida a escorrer em cada gota de sangue que perdiamos, em cada grito de dor, em cada expiração. Fechamos os olhos para descansar. Para sempre.

quinta-feira, julho 07, 2005

Aparentemente, ela não foi um vício para mim. Dizem que é difícil largar os vícios e até agora não me tem custado assim tanto esquecê-la. E este foi o último post em que existe outra pessoa para além da primeira. Pelo menos assim espero.
E como estou? E como me sinto? E está tudo bem? Bem, bem e sim. Foi o fim do mundo tal como eu o conhecia mas eu sinto-me bem. Aquele mundo acabou, mas começará outro novo. Com outra pessoa talvez, sem ninguém muito provavelmente.
O que será, será. E eu espero ansiosamente pelo futuro, porque o presente, esse, é feliz. Despreocupado e feliz. Ansioso mas feliz. Sozinho mas feliz.
Feliz porque não vale a pena estar triste por perder algo que nunca tive.

segunda-feira, julho 04, 2005

Desta é que é. Tomei finalmente a decisão final: vou esquecê-LA.


Adeus Sofia.