segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Está cada vez mais frio, está cada vez mais gélido o ar que se respira.
A tensão entre nós vai crescendo, no entanto a distância do nosso coração parece ter um efeito atenuante sobre ela. O que quando temos é mau, subitamente, quando deixamos de o ter, torna-se bom. O que quando sentimos parece não ter fim, quando se apaga não durou mais que dez segundos.
A raiva, a irritação, a dor de estar perto e longe ao mesmo tempo desvanecem-se com um apito e um trabalhar de caldeiras. Tudo parece mais pequeno e insignificante quando a distância deixa de estar na nossa cabeça e passa para o mapa.
Se há um coisa boa em relação à distância física, é que apaga todos os sentimentos acessórios e desnecessários, e deixa apenas ficar o que realmente é necessário.


E se há algo de que eu necessito, és tu.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Estarei com a sensação que tudo não passou de um simples sonho? Estou. Estarei certo? Não sei. O que eu sei é que tudo parece estupidamente longínquo, quase que vindo de uma outra dimensão. Tudo está tão diferente do que era. Diferente do que foi.
Toda a história parece saída de um daqueles sonhos em que quando acordamos não sabemos se foi um sonho muito bom ou um pesadelo muito mau, tal é a confusão de histórias e acontecimentos, a sucessão de factos muito felizes e extremamente penosos.
Sinto-me assim, como que acabado de acordar, deparado com uma realidade estranhamente diferente e insensível ao meu estado, ainda ensonado. Sinto-me atordoado perante uma realidade que se me apresentou como dona e senhora da minha vida, pouco se importando com as minhas quezilas emocionais, com o meu estado de espírito com a minha fraqueza.
Como se tivesse levado um abanão, levanto-me de rompante, fazendo um esforço tremendo para tentar enfrentar a realidade da vida e esquecer tudo o que passei durante aquele misto de tristeza e felicidade que foi o meu sonho. Mas claro, não consigo de imediato. Volto a cair agarrando-me aos lençois, tentando encontrar em cinco minutos mais, as respotas que andei a procurar durante toda a noite. É claro que não consigo e o tempo não espera por mim. Os cinco minutos fazem-se dez e depois vinte e a realidade não espera pelas respostas que procuro. A vida de sensibilidade insensível não pára para esperar por mim. A realidade do dia-a-dia não espera que eu acorde.
Mas eu não quero acordar já. Não enquanto o sonho não tiver um fim, não enquanto não encontrar respostas.
O problema é que a realidade da vida nem sempre é um sonho e os lances de ilusão dissipam-se nas malhas do tempo.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Mais outro "dia dos namorados" sozinho. Gostava de ser tão anti-consumista como digo que sou e não me importar com esta data estúpida que não tem mais nenhum sentido para além do comercial.

domingo, fevereiro 13, 2005

Cada vez vejo menos sentido em continuar a tentar. Para quê? Para quê que servem todos os meus esforços, todos os meus sacrifícios, todo o meu sofrimento? Só geram mais e mais dor, mais desilusão e ainda mais sofrimento. Estou farto de tentar ser feliz. Estou farto de tentar ser especial. Estou farto de passar dias a pensar em melhores dias e estou farto de lutar por esses dias melhores sem resultado. O que adianta à presa fugir do leão, se vai ser comida na mesma? O que adianta ao aluno estudar, se vai reprovar na mesma? O que adianta ao condenado clamar, se ficará preso na mesma? O que adianta ao infeliz tentar ser feliz, se nunca vai passar disso? O que me adianta a mim tentar ser feliz, se nunca deixarei a minha companheira infelicidade? Estou farto de tentar e não conseguir. Estou cansado de não me acostumar ao meu estado de espírito. Estou cheio de não me submeter à solidão, que me há-de acompanhar durante toda a minha vida.
Cada vez vejo menos sentido em continuar a tentar. Cada vez vejo menos sentido em continuar a sofrer por algo ou alguém, por nada e coisa nenhuma. Apenas a dor é real, apenas o sofrimento tem sentido. Nada mais. Não há razão para continuar a incessante busca pelo inexistente. Não há razão para permanecer no sonho de algo que nunca terei. Não há razão para manter a esperaça no amor. Não há razão para continuar a acreditar que o amor existe. Só a dor é real. Nada mais. Só a dor existe. Não há razão para continuar, não há. Não há vontade nem pachorra para continuar. Não há reompensa para continuar. É inútil continuar. Tentar? Para quê? Estou farto.
Cada vez vejo menos sentido para continuar a tentar.

sábado, fevereiro 05, 2005

Sinto-me mais feliz do que a própria vida.

A verdadeira questão é: será a vida feliz?