domingo, junho 26, 2005

Tudo o que se passou me parece tão longe do que é agora e, ao mesmo tempo, tão perto. Vejo-me com os mesmos desejos e esperanças que tinha há uns meses atrás. E ao mesmo tempo sei que nenhum deles pode ser cumprido.
Continuo à espera de um toque ou uma mensagem tua, como dantes. Só que esse toque ou mensagem não terá o mesmo significado.
É estranho quando nos apercebemos que a nossa vida entrou num ciclo infinito que se vai repetindo uma e outra vez. Vejo esta amizade que temos agora condenada à partida. Vejo as minhas esperanças a sairem desfraldadas mais uma vez. Vejo que tudo irá acontecer como aconteceu da última vez.
Mas eu queria um final diferente agora. Queria que houvesse uma excepção ao ciclo. Uma excepção que não confirmasse a regra. Uma excepção, aquela, com que eu sonho todos os dias. Mas não vai acontecer. Sei que não vai. E esta certeza mata-me. E estas previsões destroem-me.
Mas eu nunca fui bom médium. E esta esperança vai-me mantendo vivo.

E admiti. Admiti publicamente que ainda não me és indiferente. Admiti que ainda estás muito longe disso. A reacção foi a esperada. Um mini silêncio quebrado por uma ou outra palavra tremida.
Fi-lo para me sentir melhor. Mas não resultou. Apenas fez com que me sentisse pior por saber que não era de todo possível algo entre nós. Apenas fez com que, mais tarde ou mais cedo, isto venha a sabotar a nossa amizade. Apenas fez com que eu me apercebesse que tão cedo não te volto a esquecer.
Gostava de ter coragem para te tentar esquecer. Gostava de te querer esquecer.
Mas não tenho nem coragem nem vontade.

Se o amor é realmente isto, então temo que não seja isso que eu sinto por ti. Não seria capaz de te ver nos braços de outro. Pelo menos não agora.

quarta-feira, junho 22, 2005

Os cães ladram e o tempo passa. E já passou um ano desde que me decidi a contar a minha história. A história deste rapaz.
Muita coisa se passou durante este tempo. Especialmente nestes últimos seis meses. E agora, olhando para trás e vendo o que aconteceu, posso dizer com um sorriso que não me arrependo de nada do que fiz ou disse ou mesmo do que senti. Nem do que ainda sinto.
A vida é isto: uma sucessão de acontecimentos. Uns felizes, outros nem tanto. E são esses acontecimentos que dão inspiração para a minha história. A história de um rapaz que se apaixonou por determinada rapariga, sofreu, passou por muito, conformou-se, desconformou-se, inquietou-se e tentou esquecê-la, teve uma outra história e voltou à mesma. Esse rapaz sou eu. Aquele puto com a mania que é romântico na foto ali do canto. Esse estupor que às vezes dá demasiada importância aquilo que não tem importância nenhuma. Esse energumeno que escerve coisas que até apetece cortar os pulsos e vai-se a ver, ele até se ri com os amigos. Esse tipo que só escreve coisas demasiado grandes e se recusa a pôr imagens porque acha que o blog deve ser uma espécie de diário e não um albúm de fotografias.
Há um ano que "Era uma vez um rapaz...". Espero poder continuar a contar a minha história por muito mais tempo.
E muito obrigado a todos vocês que de bom ou mau grado vão passando por cá, apoiando-me nas minhas crises, sorrindo por mim e para mim na minha felicidade.
Um bem-haja para todos. E até ao próximo capítulo.

domingo, junho 19, 2005

E se um dia tudo isto não passar de uma recordação? E se algures no tempo futuro tudo não passar de imagens acumuladas no meu cérebro? Será que me arrependerei de tudo o que fiz, de tudo o que senti e de tudo o que passei? Ou será que olharei para trás e colocarei um nostálgico sorriso na cara?
E se tudo isto nunca passar a recordação? E se tudo se tornar num presente eterno? Será que conseguirei seguir com a minha vida? Ou será que permanecerei sempre num estado de profunda tristeza?
E porquê pensar no futuro? Não basta já o presente? Não chega este tempo para me afligir com estúpidas mesquinhices? Ou será que esta vida já se tornou vício?
Ou será que tu te tornaste um vício?
Ou será que te amo?

Se tivesse um milhão de dólares dava tudo para voltar a ter um só dia contigo como aqueles dias em que pensava que ia tudo correr bem.
Mas não tenho.

sexta-feira, junho 17, 2005

Merda! Porque é que eu tenho que ser tão fraco? Porra, como é que me deixei cair outra vez no mesmo buraco? Porque é que desta vez serei eu a sabotar a amizade que não me chega?
Tudo voltou em grande força. Hoje, o cheiro a maresia ajudava à festa. Ajudava a relembrar tudo, a ressentir tudo. Aumentava a vontade de A beijar ali mesmo na areia.
Foda-se, de TE beijar.
Agora sei o que significa a expressão "luta interior". Lutei a tarde toda comigo mesmo para negar o inegável. Lutei para não demonstrar que estava fraco e que me tinha deixado ir outra vez. E o pior é que eu sei que desta vez não vai dar em nada. Não vai dar em nada porque eu sei demasiado.
E o pior é que eu sei que desta vez não vou conseguir esconder. E também não tenho coragem para confessar-te que voltei ao mesmo.
E o pior é que isto está destinado a minar aquilo que temos agora. Porque nós somos uma equação sem solução.
E o pior é que não te consigo esquecer. Não consigo.
E o pior é que tu não te podes dar. Pelo menos não agora. Não enquanto não tiveres certezas. Não enquanto eu não tiver certezas.
E o pior é que voltamos ao jogo. Não conseguimos viver sem ele. E eu detesto jogos. E eu detesto jogar por ti. Mas tenho que jogar, tenho que pensar bem na jogada porque se erro é certo que estrago tudo. E quero mesmo dizer tudo.
Não fomos feitos para sermos só amigos. E não fomos feitos para sermos namorados. E tu não foste feita para viver sem mim. E eu não fui feito para viver sem ti.
Eu mais tu igual a problema. Tu menos eu igual a solidão. Um a dividir pelo outro é igual a relação incompleta.
Xis igual a zero.
Eu igual a tu.
Equação impossível.

sexta-feira, junho 10, 2005

A cabeça lateja de cansaço. Ou será de confusão? Sonhos cada vez mais estranhos tenho todos os dias. Uma cara insite em repetir-se, às vezes num ínfimo pormenor. Acho que estou a ficar doido.
A cabeça doi-me logo de manhã, de cansaço. Ou será de confusão? De confusão, certamente. Dói-me todo o corpo. Nao sei se hei-de queixar-me do cansaço, se da dor. Da confusão não adianta. Ela vai permanecer até que se descubra a verdade. O cansaço e a dor eventualmente desaparcem com o passar do tempo.
A confusão permanecerá. Não sei se quero desenrolar o nó da minha cabeça. Tenho medo das conclusões a que possa chegar.

E logo quando eu pensava que tudo estava a correr bem, eis que saio abalado não sei bem de onde. A minha memória prega-me partidas, não como aquelas que prega aos velhotes, relembra-me daquilo tudo que vivi e que não devia. Principalmente dos bons tempos. Aqueles que eu mais queria esquecer para que não volte a cair. Não caí ainda, pelo menos ainda não. Não sei quanto tempo aguentarei mais.
O mal deste mundo é os estúpidos estarem cheios de certezas. Quem me dera não ser estúpido. Tinha tanta certeza, agora ja não tenho. A minha cabeça é uma armadilha cruel; o meu coração uma amalgama de sentimentos dispersos. Não quero voltar a estragar aquilo que tanto trabalho me deu a reconquistar, tenho que ser forte. Vou ser forte. Se ao menos soubesse o que sinto, se ainda sinto, e mais importante que tudo, se quero sentir!
Aquele abraço trouxe tudo de volta à minha cabeça. Tal como naquele dia, no concerto. Todas as memórias, os cheiros, os sentidos, tudo. O beijo eminente e evitado. A confusão. Não quero que tudo termine como da última vez, por isso melhor é nem começar. Não deixar ver o que é este sentimento que resta no meu peito, matá-lo antes que se desenvolva.
Era bom que fazer fosse tão fácil quanto escrever. A marca profunda que me deixaram no corpo, pode ter sarado por completo.
No entanto a cicratiz continua lá. E continua a doer nos dias de nevoeiro. Só espero que não seja outra infecção.

quarta-feira, junho 01, 2005

Cheguei a conclusao que o meu problema pode ser maior que o que eu pensava. E agora?