Tal como todos, tento evitar ao máximo a rotina. Mas mesmo assim, não consigo deixar de criar pequenos hábitos de todos os dias. Como observar.
Sou um voyeur confesso. E todos os dias, quando me sento no metro para ir trabalhar, observo cada uma das caras que me rodeia. Reparo até à última prega de pele de cada uma das expressões de cada uma das faces que me rodeiam. Imagino as histórias por detrás daquelas expressões. Imagino as vidas daquelas faces. Depois da primeira análise, foco-me então em duas ou três. Construo uma história à volta dos seus olhares. Crio uma rede em redor daquelas pessoas e elas não fazem sequer ideia de que são para mim personagens centrais de alguma novela.
Por vezes perco-me nas minhas próprias narrativas. Os meus companheiros de viagem olham-me de lado, quem sabe também eles tecendo histórias comigo, interregando-se sobre o meu olhar perdido, vago, longínquo.
E o mais estranho acontece quando os personagens principais se repetem no mesmo dia, em viagens completamente distintas. As histórias mudam completamente, formam-se sequelas, criam-se razões para as repetições dos personagens.
Quem sabe um dia não escrevo uma das histórias que levo no metro.

sexta-feira, agosto 25, 2006
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