segunda-feira, julho 31, 2006

Acorda, meu amor.
E no entanto os teus olhos estão abertos. O teu cabelo longo espalha-se no gelo vermelho. Frio, muito frio.
Acorda, meu amor.
Não ouves a minha voz? Não sentes o meu beijo? Será que afinal não sou o príncipe encantado que me fizeste acreditar ser?
Acorda, meu amor.
Não fites o vazio com essses olhos despidos de vida. Olha para mim como tantas vezes o fizeste. Quero ver-te olhar para mim como já não o podes fazer.
Acorda, meu amor.
Não sentes o molhado das minhas lágrimas que te lavam a cara? Será possível não ouvires os meus gritos de desespero?
Acorda, meu amor.
Não sinto a tua respiração que tantas vezes senti no meu pescoço e no meu ouvido quando faziamos amor. Não sinto o teu coração que tantas vezes senti no teu peito querendo saltar para o meu.
Acorda, meu amor.
Diz alguma coisa. Faz alguma coisa. Por favor... Por favor...
Acorda, meu amor.
Quero para sempre dormir contigo.

Inspirado por uma das últimas cenas de Could Mountain