domingo, julho 30, 2006

Espantei-me a mim próprio quando me desapercebi de tudo o que me rodeava. Num poder sobrehumano consegui ignorar os milhares de watts que pairavam sobre a minha e sobre a cabeça de toda a gente.
Para isso, refugiei-me nalgum canto desconhecido do meu cérebro e mantive-me por lá enquanto soassem os sons do desconhecido. Como é estranho o comportamento humano.
E nesse lugar, lá dentro de mim, descobrem-se coisas que nunca julgava descobrir.
Coisas medonhas. Quem diria que isso existia em mim. Fantasmas. Espíritos. Raiva. Angústia. Tudo isso amarfanhado num canto manhoso.
E de quem é a culpa? Mea culpa. Se os tenho a todos guardados, a culpa é exclusivamente minha. Por não os deixar sair quando devia. Por alimentá-los e os manter em cativeiro. Porque até nisto sou egoísta e não deixo absolutamente ninguém ver o que se passa em mim nas alturas em que algo se passa em mim.
Como queria não ser assim. Depois acabo alheado de tudo num sítio qualquer. É no que dá.