sexta-feira, julho 28, 2006

Juro ser capaz de ver pedaços de mim a serem levados, pelo rio que abraça a minha cidade, em direcção ao mar.
E a cidade vê-me, e nada diz. Nada faz para me impedir de lhe fugir. Ingrata. Mal-amada.
Porque me trata ela assim depois de tantos passeios, de paisagens que levei comigo, de memórias tão felizes quanto marcantes. Porque insiste em me tratar como mais um dos muitos que se confessam apaixonados por ela?
Cidade maldita. Que encantos tens tu afinal para agarrares tantos pobres apaixonados? E que prazer perverso sentes das suas lágrimas quando são forçados a deixarem-te?
O que têm as tuas ruas a mais, que nos fazem querer percorre-las tantas vezes quantas as necessárias para sabermos todos os nomes das lojinhas minúsculas de cor?
E essas pontes de imaginação que te unem ao resto do mundo, porque fascinam elas tantos? Porque são elas motivo de tantas histórias?
Ah!, cidade desgraçada que por ti tantos se desgraçaram!
Sou desgraçado. Amo-te Porto. Verdadeiramente.