sábado, julho 29, 2006

No reflexo do ondular do teu cabelo vejo o meu próprio olhar dominado por ti. Perco-me no teu cheiro. O som da tua voz encanta-me.
E no entanto, não estás aqui. Nunca estás tempo suficiente porque não existe tempo para matar a sede que tenho de ti.
E às vezes pergunto-me se não seria mais fácil se não sentisse falta de estar perto do teu perfume, estar perto do som da tua voz e do ondular do teu cabelo.
Porque perto e longe não passam afinal de relativismos impostos pelo desejo de cada um em função da capacidade de deslocação. E o próprio relativismo é relativo e depende de quem o sente.
E de absoluto só existe afinal aquilo que cria o relativismo.
De absoluto, só as ondas do teu cabelo. De absoluto, só o som da tua voz. De absoluto, só o teu cheiro.
Nem o vodka existe de mais absoluto.