domingo, abril 16, 2006

É nas rochas que encontramos o repouso das nossas almas e nas ondas do mar o balanço que nos faltou nas horas do berço. Ao observarmos do alto as pegadas na areia deixadas por outros como nós talvez, imaginamos as suas histórias diversas, pensamos no que de comum podem ter com a nossa. Nada. Todas elas são diferentes e de comum têm apenas as pegadas que como nós marcaram na areia.
E agora que estamos sentados na rocha, abraçados, vemos ao nosso lado as dificuldades que tivemos que superar, o quanto tivemos de subir para cehgar aqui mesmo.
E agora que cá chegamos tudo parece valer a pena e a vida é vida, o céu e o mar são mesmo verdadeiros e as pegadas não passam de marcas passadas.
E abraçado a ti tudo faz sentido, a física e a matemática deixam de controlar o mundo, pelo menos o nosso mundo, e sinto poder voar, flutuar, mudar de forma e de matéria, fundir-me a ti e à rocha e ao oceano e ao sol num só.
Abraçados naquela rocha sobre a calmaria do vento e a agitação daqueles mares, sinto que tudo o que preciso está no teu abraço e no teu beijo.
E o nosso coração bate calmo como o pescador que está à nossa frente.