domingo, fevereiro 12, 2006

E com a ansiedade do amanhã, aguardo impaciente que o dia de hoje comece. Sustenho o respirar fraco enquanto espero pelas horas calmas, vagarosas até, que separam o agora do depois.
Quem dera que o tempo fosse um papel que eu pudesse rasgar, dobrar, escrever, apagar sempre que me apetecesse. Quem me dera poder fazer fast forward, rewind e pause sempre que me apetecesse neste ou naquele particular momento da vida.
Mas o tempo é uma linha recta. O caminho que une dois pontos, o nascimento e a morte, pela menor distância possível. E no caminho do tempo nao existe o voltar atrás, não há estações de serviço na auto-estrada da eternidade e seguimos sempre à mesma velocidade.
E eu só queria ir mais à frente, espreitar o futuro. Voltar atrás e reparar os meus erros, não que não consiga viver com eles. Ficar para sempre parado no tempo bom que vivo. Pegar na tesoura e cortar o tempo desperdiçado com tudo o que desperdicei nele. Pegar na cola e colar todos os bocadinhos mais importantes, todos juntos, para os recordar para sempre como a felicidade.
E o tempo é o que fazemos dele. É uma linha recta com quantas curvas quisermos. Voltamos atrás quantas vezes queremos, enganamo-nos e corrigimo-nos as vezes que forem precisas.
O tempo não existe, é só imaginação. O tempo não existe, é só fantasia.
O tempo existe só quando custa a passar.