quarta-feira, janeiro 26, 2005

Lua cheia. A sua luz alumiava as poucas nuvens que tinham saído do seu lar nesta escura e fria madrugada.
A coroa do céu, princesa da noite, misteriosa, olhava pelos corações separados pela distâcia, inferno frio de tão gelado quanto a madrugada.
Eu olhava para ela, e não parava de pensar em ti. Tu fazias o mesmo, lá longe, distante da vista mas não do coração. Já não era mais a beleza lunar que eu contemplava mas a tua e já não era a face do satélite que tu fitavas mas sim a minha. A magia da lua cheia fez unir num olhar dois pensamentos. A magia da lua cheia encortou as distâncias, tornou próximo o que antes estava longe, tornou iluminado o que antes estava nas trevas.
Quando olhava a lua cheia hoje, pensava em quantos mais faziam o mesmo que eu. Em quantos mais suspiravam pela beleza celeste de um outro ser humano, longe ou perto.
Ela parecia olhar para mim também. Sorria ao pensar em quantos olhavam para ela da mesma maneira que eu. Um olhar ternurento de compaixão e amor, conforto, aconchego e consolação.
A lua cheia, dona de tantos ódios apaixonados, senhora de tantos amores furiosos, olhava para mim do alto da sua altiva altivez.
A lua, misteriosa, bela. Não, não é a lua. És tu.