quarta-feira, julho 21, 2004

Não falei contigo com medo que os montes e vales que me achas caissem a teus pés. São estas as palavras que ouço enquanto estou a escrever estas tristes linhas e acho que nunca tive uma banda sonora com uma letra tão adequada ao momento que atravesso.
Estou mais uma vez com medo de falar, com medo de sair ainda mais magoado.
Estou com medo de ser ignorado, com medo de acabar por me sentir novamente sozinho no mundo, como um caso isolado de tristeza num universo feliz. Mas estou acima de tudo, com medo do que quer que seja que eu ainda sinto desapareça esmagado com o peso da dor e da solidão.
Já é suficientemente duro para mim aguentar com a solidão e com a dor quando ainda sinto alguma coisa que ajude a reforçar o alicerce, mas sinto que isto está cada vez mais a enfraquecer. Já começa a ser demasiado pesado para aguentar o peso e muitas vezes o que me apetece é parar de esforçar e levar com o sofrimento em cima. Estou cansado.
E mais irritante do que isto tudo, é ver que não te apercebes. É ver que estás a olhar para mim como se estivesse tudo bem, como se só tu é que precisasses de ajuda, como se fosses o centro do Universo de todos. Do meu, infelizmente, ainda és.
Ages como se mesmo para ti fosses tu o centro do Universo. Assim ainda magoas alguém.
A mim, passou-me ao lado.