terça-feira, julho 13, 2004

Rodeado pelo teu mundo musical, regresso numa louca viagem pelos recantos mais obscuros da minha mente aos nossos primeiros tempos que apenas eu vivi. Aqueles primeiros dias em que tudo o que me rodeava era mágico e inesquecivel. Ainda hoje guardo memórias vivas dos meus dias de felicidade.
Naquele tempo, quando te via, toda a minha carne rejubilava com a tua beleza e o meu espírito com a tua presença. As tuas palavras tinham uma melodia magnífica que eu avidamente, sofregamente sorvia. Na minha cabeça, era o teu rosto que eu via sempre que fechava os olhos, eras sempre tu que mansamente sussurravas aos meus ouvidos sempre que eu punha algum distraído cd no leitor. Como hoje. Só que hoje em vez de dizeres na minha imaginação o quanto precisas de mim, hoje ignoras-me, deixando-me sozinho com os meus tristes pensamentos que me levam numa louca nostalgia pelos dias da minha imaginada felicidade.
Eram tempos de uma felicidae inventada, mas eram pelo menos tempos de felicidade. Como diz o sábio David que toca agora e me tortura, talvez o verão te traga novamente. Talvez o verão traga a felicidade que foi só minha e da qual tu nunca compartilhaste.
Tenho saudades dos dias em que pensava que talvez as coisas corressem pelo caminho bom. Acreditava mesmo, naquele tempo, que o Amor não me puderia magoar. Mas magoou.
Acreditava seriamente que nada de mal me poderia acontecer, mas estava enganado.
Hoje que tenho o pesado fardo da realidade sobre os meus ombros e a lágrima dura e insistente no meu olho, recordo com uma mágoa amargurenta o tempo onde era feliz na minha mente.
Sadicamente ponho o leitor em repeat e ouço vezes sem conta a banda sonora dos meus dias de felicidade.
Fecho os olhos. Tudo o que eu queria agora era acordar naquele tempo. No tempo onde a felicidade estava apenas a um pensamento de distância.