quinta-feira, julho 21, 2005

Era o sol mais quente do ano. Alto, bem alto, ele fazia o meu pobre corpo escorrer água da cabeça aos pés. A areia queimava quem se atrevesse a poisar um cabelo que fosse no seu território. Só o meu mar, o nosso mar, nos dava aquilo que tanto procurávamos para abafar o calor. E não só.
O reencontro dos nossos corpos no calor do oceano frio de poluição foi o tónico que faltava à tarde até então mais quente do ano.
E o meu coração batia mais e mais forte cada vez que se aproximava do teu. O meu corpo latejava de ansiedade cada vez que sentia a tua pele. A respiração acalmava com o aproximar da tua, os olhos fechavam-se na certeza da união, dois corações fundiam-se num só. Um corpo continuava no outro. A respiração era a mesma. Tudo estava consumado.
E depois, naquele pôr-do-sol autêntico de fim de tarde, a certeza de que desta vez tudo iria correr bem. As mãos dadas sob aquela lua laranja, o som das ondas nas rochas, a noite quente, tudo perfeito. Dia perfeito. Como tu.
Toda a Natureza se unia para abençoar algo. Nós.