domingo, agosto 29, 2004

Nunca me senti assim. Nunca em toda a minha curta vida me senti desta maneira. Estou tão confuso que a terra me parece girar ao contrário. É como se os rios nascessem no mar e corressem para as nascentes. Sinto-me como como se estivesse virado de pernas para o ar e todo o mundo se sentisse bem com a situação menos eu.
Sinto-me perdido, confuso. Sinto que sou a incerteza perdida num mundo feito de certezas.
Sou o fantasma de Sir Francis Drake à procura de navios espanhóis para pilhar, em pleno deserto do Saara.
É como se fosse um jogador de futebol e tivesse que dar um concerto para 20.000 pessoas.
Estou perdido, confuso. Não sei se tudo isto é apenas a saudade ou algo mais. Não sei se ainda existe alguma coisa dentro de mim para além de mera nostalgia. Será normal sentir falta de algo que nunca existiu?
Sinto-me como um aluno de Letras a responder a um exame de Física Quântica.
Não sei como fiquei neste estado e não tenho uma ínfima noção de como poderei sair, mas uma coisa sei: preciso de respostas.
Será normal sentir falta daquilo que já senti ou será que ainda sinto e não me quero convencer disso?