sábado, agosto 20, 2005

O sol caía de um lado, a lua nascia do outro. O claro-escuro, o lusco-fusco, o nascer da noite e o cair do dia. A união perfeita de duas naturezas aparentemente tão diferentes. Tal como o mar se enrola na areia e apaga a marca de alguém, feita por alguém. Tal como nós, mar e areia, nos encontramos naquela praia de areia e mar.
O barulho das ondas é a única coisa que ouvimos. A noite, já caída por completo, abraça-nos com o calor frio de uma mãe ausente. E tu abraças-te a mim para eu te aquecer, o meu coração quase salta do meu peito para o teu. Quero abraçar-te, levar-te ao colo até ao horizonte, seguir contigo para a eternidade, mergulhar no teu mar. Quero correr a teu lado, passear contigo ao luar laranja, molhar os pés na noite gelada só porque sabe bem um frio aconchegante de vez em quando. Provar o sabor dos teus lábios, ouvir as tuas palavras de mel, sentir o calor do teu abraço. Quero-te muito. E naquela noctívaga praia deserta, teremos para sempre a nossa marca na areia daquela lua laranja. Teremos para sempre os nossos pés no gelo marítimo. Terei para sempre o teu sorriso, terás para sempre o meu coração.
Seremos para sempre aqueles dois sob a lua laranja numa noctívaga praia deserta.