domingo, outubro 10, 2004

Não se pode voltar atrás. Acabou-se de vez. Não há caminho que me leve de volta às recordações cor-de-rosa de um dia mais feliz. Acabou-se a magia, acabou-se a esperança. Não há maneira de fazer retornar as coisas à situação em que estavam. Ao contrário do que pensava, não me tinha desviado do caminho de forma reversível; o que fiz, ou melhor, fui levado a fazer, foi ter ido parar a uma auto-estrada cuja única saída é o abismo da dor e da derrota. E é isso que hoje me resta. Isso e a esperança de que o veículo avarie e que me force a chamar a assistência técnica que me aconselhará a voltar para trás. Mas isso não vai acontecer. Vou chegar ao destino que não é meu e vou cair num abismo que não me pertence. Não adianta mais sonhar com os dias passados com um sorriso na cara. Não adianta mais olhar para o telemóvel na esperança de receber uma mensagem que me diga que afinal esta estrada não tem o destino que penso que tem. Resta-me apenas desejar que a estrada tenha um fim rápido e esperar que junto com o abismo venha uma morte rápida e indolor.
Não se pode voltar para trás neste caminho. Não posso voltar atrás.